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Brincarmos celebra a segunda ediçom do 'Dia da criança galegofalante'

 



Brincarmos celebra a segunda ediçom do 'Dia da criança galegofalante'

Brincarmos, o grupo de famílias da associaçom Artábria, organiza a segunda ediçom do 'Dia da criança galegofalante' que terá lugar a partir das 12h. no sábado, 5 de outubro, no Centro Cívido de Canido (Ferrol). A jornada conta com um completo programa de atividades gratuitas com um duplo objetivo: vissibilizar que em Ferrol continua a haver meninhos e meninhas galegofalantes e reivindicar o direito a crescer em galego.

Brincarmos convoca o 'Dia da criança galegofalante' no primeiro fim de semana de outubro. A entidade propom reivindicar esta data em memória do ato em que se empregou por primeira vez a nossa língua na oratória no atual concelho de Ferrol. Foi no domingo, 4 de outubro de 1908. O ferrolám Rodrigo Sanz e o sadense Lugris Freire, dirigentes de Solidariedade Galega, ao mesmo tempo que espalhavam o sindicalismo agrário, defendiam a dignidade do idioma da Galiza. Aquele dia realizarom um comício ante mais de mil camponeses e camponesas num souto à beira do rio da Sardinha em Serantes promovendo a uniom das classes populares. Este ato dará lugar à fundaçom da Sociedade Agrária “Liberdade e Progresso”, que hoje tem a sua continuidade na Cooperativa O Val.

A segunda ediçom do 'Dia da criança galegofalante' será celebrada o vindouro sábado, 5 de outubro, no Centro Cívico de Canido com uma jornada de convívio com música, magia e narraçom oral orientada ao público familiar.

Às 12h. Emma e Nélida: "Versons de Rosalia de Castro".

Às 13.15h. Encrucilhada.

Às 14.30h. Jantar: paelha, sobremesa e café.

Às 16.30h. Pregom com Sabela Díaz.

Às 17h. Meigo Simón: "Viagem no tempo através da magia"

Às 18h. Mondra: "Cantares e conversas"

Às 19h. Contacontos com Iseo a Moura: "Se as árvores falassem".


Às 12h começa o 'Dia da criança galegofalante' com sessom vermute a cargo das ferrolás Emma e Nélida inspirado nos poemas de Rosalia de Castro. A seguir, o grupo folk Encrucillada apresenta alguns temas do seu novo disco "De volta", uma coleçom de temas que nos devolvem à raíz da música tradicional máis auténtica com uma sonoridade mui cuidada e que culmina dez anos de trajetória musical. Gaitas, acordeom, zanfona, percusons tradicionais, saxo, ocarinas e voces fam um espectáculo bailável e alegre.

Às 14.30h realizara-se um jantar popular a base de arroz com carne ou arroz vegano, pam e bebida. Preço: 12 €, 10€ sócias da Artábria e 5€ crianças menores de dez anos. Inscriçons em brincarmos@gmail.com ou no telefone 646 068 586

Às 16.30h terá lugar um pregom da mestra Sabela Diaz Regueiro, referência máxima da pedagogia Freinet na Galiza e pioneira do Movimento Cooperativo de Escola Popular Galega. Na freguesia de Pantim (Valdovinho), Sabela Díaz Regueiro trabalhou com intensidade vinte anos da súa vida. Chegou a empregar na sua escola as técnicas próprias da pedagogia Freinet, elaborando e personalizando outras de similar orientaçom inovadora. Para além disto, Brincarmos quer reconhecer a sua militância em favor do rural galego e pola maneira de incorporar a comunidade na escola, comprometendo-se tanto no desenvolvimento sociocultural como no tratamento da diversidade na aula.

Às 17h. O Meigo Simón, ganhador do festival O Talentiño, novo talento da magia, assombrará a grandes e miúdos com o seu espectáculo: "Viagem no tempo através da magia".


Às 18h. A nova estrela da música do pais, Mondra, achega-se a Ferrol para partilhar "Cantares e conversas". Mondra é artista, cantor e dançarim. Cresce ligado à música e à dança tradicional, bem como ao teatro e ao audiovisual. Desde 2021 fai parte, como vocalista e bailarino, da DeMente, a companhia de dança Fran Sieira, responsável de uma das peças com maior percurso na história da dança galega. Em setembro de 2023, Mondra publica Ardén, o seu primeiro álbum, produzido por Berto. O álbum apresenta uma experiência musical, visual e performativa, em diálogo com a música tradicional. É uma proposta intimista e ao mesmo tempo irreverente. Os primeiros avanços do álbum, Saco de pulgas e Beijos de LK, ultrapassam as 50 mil escuitas no Spotify, plataforma onde o artista acumula mais de 17 mil ouvintes mensais. Punheta!, em colaboraçom com as Fillas de Cassandra, ultrapassa as 240.000 visualizaçons na plataforma e mais de 40.000 visualizaçons no YouTube, sendo um dos temas mais ouvidos no verao de 2023 na Galiza. Ruando, ao lado de Aida (Tanxugueiras), reúne cerca de 100 mil reproduçons no compêndio das plataformas. Mondra estreia o seu primeiro espetáculo, Folia das ardentes, em abril de 2023, iniciando uma tourné de mais de trinta concertos polo pais. Aclamado pola crítica, o espetáculo foi apresentado nos principais festivais galegos. O seu último single, Marimondra, converteu-se num hino LGBTIAQ+, uma celebraçom cuir tam sofisticada e nutritiva como desenfadada e saborosa.


Às 19h. Iseo a Moura estará cantando e contando com o seu espectáculo "Se as árvores falassem", um espectáculo de narraçom oral e música ao vivo para público familiar. Um incêndio destrói a montanha perto da casa de Flora, uma menina apaixonada pola floresta, que um dia descobre que pode conversar com as árvores e aprende com elas como ajudar a recuperar a terra queimada. Para isso será necessário que toda a cidade se junte a ela. Talvez as árvores nunca parassem de falar conosco, só que esquecemos de ouvir. Mas é para isso que servem as mouras, para nos lembrar das cousas importantes.


Brincarmos nasce por iniciativa dum grupo de famílias da comarca de Trasancos com filhos e filhas galegofalantes. Elas precisam referentes da sua idade para reforçar o galego e manter a sua identidade linguística. A entidade promove um espaço seguro para elas e para a língua. Quer tecer comunidade, fazer tribo. Brincarmos fai parte da Fundaçom Artábria e organiza atividades pensadas para crianças e adolescentes.

Brincarmos sabe que o direito à língua própria só pode realizar-se de jeito coletivo. Deseja a oficializaçom real do idioma e, portanto, poder estendê-lo a todos os âmbitos da vida. Num contexto de minorizaçom como o atual, nom chega com ser a língua materna das crianças. Para que o galego poda florescer, é preciso transformá-lo em língua fraterna, de socializaçom, de jogo e aprendizagem entre os pares.